Ruído branco

author:: chicoary
source:: Ruído branco
clipped:: 2022-12-29
published:: outubro 28, 2017

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O ruído branco é como o chuvisco na TV sem sinal, ou o som da água do chuveiro caindo no ladrilho, usado nos filmes de espionagem como abafador para enganar microfones ocultos, não sabemos se funciona fora dos filmes, ou o ruído do Big Bang vindo das profundezas abissais do espaço e de eras incomensuravelmente antigas. O ruído branco de DeLillo parece representar a morte em toda parte, ruidosamente espalhada, ruído branco amortalhado de negror.

Comecei a ler Ruído branco convencido pelo post na Livrada! em que constava o trecho abaixo:

A primeira parte de Ruído Branco é totalmente surreal, e você acha que não dá pra ficar mais doidchão, mas fica. Começa simples: vai ter um simpósio sobre nazismo ou algo que o valha e Jack é o grande nome para o evento, já que foi o cara que inventou a hitlerologia. Só que ele não sabe falar alemão e isso, por mais que não impeça o estudo da matéria, pode ser visto com maus olhos por seus pares almofadinhas. Então corre atrás de um professor particular. É, portanto, uma tiração de onda com os malditos academiscistas que chegam na sala pra te dar uma aula de filosofia e começam a escrever  ὑποκείμενον no quadro-negro (não vou citar nomes, você sabe quem é, manezão). Boa sátira, ponto pro DeLillo.

Ruído Branco aborda com ênfase o medo da morte. Um medo patológico. Agudo. Todos temos um medo da morte talvez crônico. Mas para alguma pessoas a coisa se torna um insuportável fogo de monturo. Lembro-me, quando criança, que brincávamos num monturo de palha de arroz que não aparentava o fogo que corria no fundo. A não ser quando nossos pulos faziam o pés afundarem até a palha negra misturada com a  rubra queimando por baixo. Como a morte, ausente mas onipresente. Oculta nas profundezas de tudo que vive e um dia tem que morrer. Inscrita na apoptose e nos telômeros.

DeLillo cria diálogos bem urdidos que encobrem uma reflexão filosófica desesperada. Em relação à morte vamos na contramão do conselho freudiano para não reprimirmos, para deixar aflorar nossos demônios como uma forma de cura ou reconciliação. O oculto visto como ameaça velada à nossa sanidade. Mas e em relação ao medo da morte? O diálogo do professor com sua mulher é revelador:

Minha cabeça estava entre os seios de Babette, lugar muito frequentado por mim ultimamente. Babette acariciou meu ombro.
— Murray diz que o problema é que não reprimimos nosso medo.
— Reprimimos?
— Alguns pessoas têm esse dom, outras não.”
— Dom? Eu pensava que repressão estivesse fora de moda. Há anos que vivem nos dizendo pra não reprimirmos nossos medos e desejos. Repressão causa tensão, ansiedade, infelicidade, mil doenças e sintomas. Eu pensava que a última coisa que a gente devia fazer era reprimir alguma coisa. Vivem dizendo que a gente deve falar sobre os nossos medos, entrar em contato com nossos sentimentos.
— Mas não entrar em contato com a morte. A morte é tão forte que a gente deve reprimi-la, pelo menos quem sabe fazer isso.
— Mas a repressão é uma coisa totalmente falsa e mecânica. Todo mundo sabe. Não se deve negar a própria natureza.
— É natural negar nossa natureza, diz o Murray. É justamente o que nos separa dos animais.
— Mas isso é loucura.
— É a única maneira de sobreviver — disse eu, o rosto enfiado entre os seios fartos.

O medo da morte é muitas vezes justificados com o receio de não podermos concluir projetos e desmascarado no diálogo:

— Por que a gente não pode encarar a morte de modo inteligente? — perguntei.
— A resposta é óbvia.
— É?
— Ivan Ilitch gritou durante três dias. É o máximo de inteligência a que se pode aspirar. O próprio Tolstói lutava para entender. Morria de medo.
— É quase como se o próprio medo fosse a causa. Se conseguíssemos aprender a não ter medo, poderíamos viver pra sempre.
— Nós é que nos convencemos da morte. É isso que você quer dizer?
— Sei lá o que eu quero dizer. Só sei que estou vivendo apenas na aparência. Tecnicamente, já morri. Tem uma massa nebulosa crescendo no meu corpo. Eles monitoram essas coisas como se fossem satélites. Tudo isso por causa de um subproduto de inseticida. Tem algo de artificial na minha morte. Algo de superficial, de frustrante. Não sou da Terra nem do céu. Deviam esculpir uma lata de aerossol na minha lápide.
— Bem colocado.
Como assim, “bem colocado”? Queria que ele discutisse comigo, elevasse minha morte a um nível mais alto, me fizesse sentir melhor.
— Você se sente injustiçado? — perguntou ele.
— Claro que sim. Ou você acha essa minha resposta trivial?
Murray pareceu dar de ombros.
— Pense só na vida que levei. Será que minha vida foi uma louca busca de prazeres? Será que vivi cortejando a autodestruição, usando drogas proibidas, andando de carro a toda velocidade, bebendo demais? Um calicezinho de xerez nas festas da faculdade. Só comidas leves.
— Não é verdade.

Murray tirou umas baforadas sérias; suas bochechas foram chupadas para dentro. Caminhamos em silêncio por alguns instantes.
— Você acha que a sua morte é prematura? — perguntou.
— Toda morte é prematura. Não há nenhum motivo científico pra não podermos viver cento e cinquenta anos. Tem umas pessoas que até conseguem, segundo uma manchete que vi no supermercado.
— Você acha que o que mais lamenta é a sensação de deixar coisas inacabadas? Certas coisas você ainda tem esperança de realizar. Trabalhos a fazer, desafios intelectuais a assumir.
— O que eu mais lamento é a morte. A única coisa a assumir é a morte. Não penso em mais nada. A questão é uma só. Quero viver.
— Do filme do mesmo nome, direção de Robert Wise, com Susan Hayward no papel de Barbara Graham, culpada de assassinato. Trilha sonora, um jazz agressivo, de Johnny Mandel.
Encarei-o.
— Então, Jack, você está dizendo que a morte seria igualmente ameaçadora mesmo pra quem já tivesse realizado tudo que sempre quis realizar na vida e no trabalho.
— Você está maluco? É claro. Isso é uma ideia elitista. Você perguntaria a um sujeito que vive de botar compras em sacolas no supermercado se ele tem medo da morte não por ser a morte, mas porque ainda tem muitas compras interessantes que ele gostaria de ensacar?

Os estóicos e epicuristas se unem no conselho para pensar na morte todos os dias, sem se aterrorizar, mas para valorizar a vida. A morte é um momento, um instante, que logo passa, que não deve contaminar a extensão da vida. Montaigne diz que o que tememos é o que vem um pouco antes da expiração final.

Montaigne fala do papel da dor no medo da morte:

Poderemos forçar nossa carne a admitir que chicotadas sejam cócegas? E nosso paladar a apreciar a babosa como um vinho de Graves? [Bordéus branco]. O porco de Pirro entra aqui em apoio de nossa tese: não se apavora ante a morte iminente; mas se o batermos, gritará. Negaremos a lei geral da natureza, que se manifesta em tudo o que, sob a abóbada celeste, tem vida e treme ao golpe da dor? Até as árvores parecem gemer quando as mutilamos!

Só sentimos a morte pelo pensamento, tanto mais quanto é coisa de um instante:

“Aut fuit, aut veniet; nihil est praesentis in illa.”

”Ou a morte foi, ou será; nada é presente nela” [La Boétie].

ou

“Morsque minus poenae, quam mora mortis, habet”

“A morte é menos cruel do que sua espera” [Ovídio].

Milhares de homens, milhares de animais morrem sem se sentirem ameaçados. Dizemos também que o que tememos principalmente na morte é a dor, seu sinal precursor. Entretanto, a julgar por um Pai da Igreja:

“Malam mortem non facit, nisi quod sequitur mortem.”

”A morte não é um mal senão pelo que vem depois” [Santo Agostinho].

Creio estar mais perto da verdade dizendo que nem o que a precede, nem o que a ela se segue são partes integrantes da morte. Falamos erroneamente a esse respeito. A experiência mostra que é antes a inquietação causada pelo sentimento da morte que faz com que lhe sintamos vivamente a dor, e nossos sofrimentos nos são penosos quando os pressentimos capazes de nos conduzir a tal fim. Mas o raciocínio enche-nos de vergonha por temermos coisa tão repentina, inevitável e que não se sente; e mascaramos nossa covardia com os pretextos mais plausíveis. Os males que, como consequência, só nos trazem sofrimento, nós os consideramos sem perigo. Quem encara como doença as dores de dentes, a gota, por dolorosas que sejam, se não nos ameaçam a vida?

Admitamos um momento que na morte principalmente a dor nos preocupe. Não é também a dor que se nos apresenta no caso da pobreza, e no-la torna sensível pela sede, o frio, o calor, as vigílias? Ocupemo-nos pois unicamente com ela. Admito seja o pior acidente que nos possa acontecer, e isso tanto mais quanto sou o homem no mundo que lhe quer mais mal, e a evito quanto posso, embora, graças a Deus, não tenha tido por enquanto muita intimidade com ela. Mas está em nós, senão aniquilá-la, ao menos diminuí-la em nos mostrando pacientes e em livrando dela nossa alma e nossa inteligência, ainda mesmo que mantenha em suas garras o nosso corpo. Se assim não fosse, que valor teriam a virtude, a valentia, a força, a magnanimidade, a firmeza de ânimo? Que papel desempenhariam se não pudéssemos desafiar a dor?

Ensaios, Volume I

Homens que procuram um morte súbita se expondo na vida, vivendo intensamente, incansavelmente, como a buscar realizar o ideal de ingressar no Valhalla pela espada. A morte na cama como o mais vil dos destinos para um guerreiro.

Montaigne, no momento da sua queda do cavalo, quase conquistou, mas não desta vez, o Valhalla nórdico:

Quando da terceira, ou segunda (não me lembro exatamente) guerra de religião, estando um dia a passear a uma légua de minha casa situada no centro do teatro das guerras civis e julgando-me em segurança, pensei não me ser necessário mais do que um cavalo ágil mas pouco resistente. Ao voltar, uma circunstância inesperada fez que me visse forçado a exigir dele mais do que podia dar. Procurando auxiliar-me, um de meus homens, grande e forte e que cavalgava um atlético rocim duro de boca, quis mostrar sua habilidade e chegar antes de seus companheiros, de modo que se precipitou a todo galope diante de mim e caiu com seu peso colossal sobre o homenzinho e o cavalinho que éramos nós, jogando-nos ambos de pernas para o ar. Assim ficou o cavalo atordoado e eu sem sentidos, a doze passos, de costas para o chão, todo machucado e esfolado, a espada ao longe, a cinta em pedaços. Foi, até agora, o único desfalecimento que tive. Os que me acompanhavam, depois de tudo fazer para que voltasse a mim, acreditaram-me morto. Tomando-me então nos braços, transportaram-me com muita dificuldade durante cerca de meia légua francesa até a minha casa. No caminho, após duas horas durante as quais estive como morto, comecei a fazer alguns movimentos e a respirar. Tamanha quantidade de sangue se expandira em meu estômago que a fim de aliviá-lo teve a natureza de provocar uma reação. Puseram-me em pé e eu expeli em grandes golfadas um balde cheio de sangue puro. Várias vezes durante o caminho o fato ocorreu. Graças a isso comecei a recuperar minhas forças, mas aos poucos, e tanto tempo foi preciso que a princípio o que eu sentia participava mais da morte que da vida: ”Porque ainda incerta de sua volta, a alma atônita não pode afirmar-se” [Tasso]

Essa recordação, que se gravou fundamente em meu espírito, de um acidente em que a morte me apareceu por assim dizer com o aspecto que deve realmente ter, causando-me a impressão que devemos sentir, essa recordação reconcilia-me até certo ponto com ela. Quando comecei a ver de novo, minha vista estava tão turva, tão fraca, extinta, que não discerni a princípio senão um pouco de luz: ”Como alguém que, meio acordado meio dormindo, ora abre os olhos e ora os fecha” [Tasso]

Quanto às funções do espírito, voltavam à vida juntamente com o corpo. Vi-me ensangüentado, com o gibão empapado de sangue perdido. O meu primeiro pensamento foi o de haver recebido um tiro de arcabuz na cabeça, pois ouviam-se tiros de quando em quando nos arredores. Parecia-me que a vida estava suspensa a meus lábios e eu fechava os olhos a fim de ajudá-la a desprender-se de mim, comprazendo-me nesse estado de langor e também em me sentir esvair. Em meu espírito ocorria a sensação vaga da volta da faculdade de pensar, mal definida ainda, mais suspeitada do que percebida, sensação terna e doce como tudo o que experimentava, não somente isenta de desprazer mas ainda lembrando a quietude que se apodera de nós ao sermos dominados pelo sono. Creio que é nesse estado que se devem sentir os que na agonia desfalecem de fraqueza. E julgo que deles nos apiedamos sem razão, pois imaginamos erroneamente que sua agitação provém de dores excessivas ou de pensamentos penosos. Sempre fui de opinião, contrariamente a outros, inclusive La Boétie, que os vemos assim perturbados e acabrunhados nos seus últimos instantes, seja em consequência de longa enfermidade, seja de ferimentos, de apoplexia ou epilepsia. ”Muitas vezes um infeliz tomado de mal súbito cai repentinamente diante de nós como que fulminado: a boca espuma, o peito geme, os membros tremem; fora de si, retesa-se, torce-se ofegante, exaure-se em toda espécie de movimentos convulsivos” [Lucrécio]

Fui sempre de opinião que os que vemos engrolar as palavras suspirando fundamente, sem que nada indique que ainda estão conscientes nem que estejam privados de qualquer movimento, já tinham então a alma e o corpo adormecidos e como que amortalhados: ”Vivem sem ter consciência de que estão vivos” [Ovídio]

Ensaios, Volume II

Mas Montaigne, com todos os seus estóicos e epicuros, não pensa na morte todo o instante. Também a pensa pontualmente, ou por curto lapso de tempo. É preciso afastá-la como a uma mosca. Com um movimento da mão. Com um pensamento fugaz sobre a morte, envolta na bruma de um sempiterno mistério. Atravessando os tempos e as gerações de homens e animais. De todo ser vivo. Diz-se que somos animais tristes por saber da morte. E que os animais não sabem dela e vivem vidas inocentes, como anjos bailando na crueza da vida, nos embates entre predador e presa, na jornada para o cemitério dos elefantes. Na corrida vertiginosa de uma bando de leões tentando encurralar um antílope.

Vendo um primoroso filme sobre o planeta, onde estamos praticamente ausentes, tenuemente lembrados pelos movimentos da câmera filmando. Como um olho anônimo, ou como se fosse o olho de um deus que tudo vê. Quase penetrando a queima roupa, com seus zooms e técnicas sofisticadas, permite nosso prazer vicário de estar lá, não estando.

Nesse filme um grupo de mabecos, numa precisa coordenação visando a caça, perseguem um filhote de impala. Dividem-se a medida que executam aiguma estratégia para envolver a presa num círculo. Desesperado o impala pula na água. O jogo muda para um modo diferente. Um pas de deux da paciente espera já que o impala não é bom nadador e voltará para a margem mais cedo ou mais tarde. Mas o impala tem a sorte de os mabecos receberem um chamado para se banquetear em outro lugar. Sai da água incólume.

Montaigne também saiu, não tão incólume, de uma queda de cavalo abalroado por um seu empregado estabanado, aparentemente. Que o jogou por terra, violentamente, aquele homenzinho, Montaigne se queixava de ser pequeno, e seu cavalinho. Nada como um cavalinho para quem é um homenzinho. Que não podia resistir ao encontro com um cavalo e seu vigoroso cavaleiro.

Durante a sua agonia e sofrimento com os ferimentos, Montaigne era objeto da morte. Mas também espectador. E rememorou em um magnífico texto sobre a desimportância da morte, citado acima. E até se achando confortável e resignado. Seus mestres epicuristas e estóicos estavam com ele o tempo todo.

Montaigne é um animal que pensa na morte, pensa a morte. Mas afirmar que os outros animais não tem consciência da morte, só porque não podem escrever ensaios sobre ela, é temerário. Que fogem por instinto do predador e não por medo da morte, ou do sofrimento. Talvez uma primeira experiência, e também a última, para os que são devorados. O instinto tem limitações. Pode se inscrever nos corpos como aversão do sistema nervoso à dor. Mas como explicar os elefantes indo resignadamente para o cemitério, metáfora antropomórfica para um lugar onde há ossos de outros elefantes? E os macacos babuínos escaladores se refugiando na encosta desconfortável para a perseguição para os predadores? O impala, os antílopes, os macacos, toda a natureza que se conformou como presas, num balé de vida ou morte com os predadores, foge em desabalada carreira. De onde vem isto? Dos instintos somente? Não creio. Como experiência única, na maioria das vezes, não pode gerar um comportamento no indivíduo. Mas há uma platéia que, aparentemente, assiste ao desenrolar do drama e levanta a cabeça, de vez em quando, do capim. Para a qual a experiência da morte não é única. Mas repetidas vezes acontece. Eles e nós testemunhamos a morte. E cada um, com um nível de consciência variado, registra na memória, para quando for a sua vez, e antes, quando escreve ensaios. Mesmo na velhice animal a sensação de estar a mercê do predador deve dar uma consciência da morte, a predadora magra e definitiva.

29/12/2022 - Vi hoje que o Netflix lançará amanhã o filme Ruído Branco. Fui correndo verificar se era baseado no livro do DeLillo. Era. Mas há, a meu ver, uma incorreção. Está classificado como uma comédia. Talvez fosse melhor tragicomédia. Ou drama mesmo. Mas a estratégia para atrair o público não pode deixar algo preocupante aflorar. Espero que o filme não siga a tradição de trair muito o espírito do livro.

13/02/2024 - Pensei no que coloco adiante logo ao final do filme baseado no livro. Achei que esse filme ainda não alcança o obra literária da mesma forma que o filme "O nome da rosa" alcança de fidedignidade em relação ao que escreveu Umberto Eco. Uma alusão ao diálogo sobre ainda ter muitas compras interessantes para ensacar é o final no supermercado mas que só pode ser decifrado pelos que leram o livro, e mesmo assim não dá uma ideia clara desse diálogo que acho fundamental ao mostrar a falta de sentido de toda auto-ajuda e conselhos sobre como encarar a própria finitude. Num outro filme que vi, uma comédia, a morte, com a cara branca tornada icônica no filme "O sétimo selo", se afasta, desistindo de levar ou matar alguém, murmurando algo assim: "Eles sempre pedem mais tempo para terminar não sei o que...".


![[Ruído Branco - Don DeLillo.epub]]

Don DeLillo


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