Procrastinadores, uni-vos! – Ou deixe para amanhã o que pode fazer hoje
author:: chicoary
source:: Procrastinadores, uni-vos! – Ou deixe para amanhã o que pode fazer hoje
clipped:: 2023-10-03
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Ao escolher o título deste post não esperava que houvesse tantos artigos com o mesmo título ou similares. Vou lê-los brevemente para ver se podem contribuir com mais insights para este artigo.
Acabei de ler o livro do John Perry (10 de junho de 2018). No início achei um pouco confuso e contraditório. Parecia um elogio à procrastinação. Este defeito que muitos de nós, ou todos nós, temos. Parece ser uma coisa atávica. Algo vindo da nossa vida animal precedente. Precedente? Mas não somos ainda animais? Embora muitos queiram se livrar, com asco, da nossa herança biológica. Pois o livro é mesmo confuso e contraditório, mas é sua qualidade principal. Espelha a nossa própria confusão com a vida civilizada e moderna que exige de nós compromissos e nenhuma procrastinação em geral em favor dos outros achei inestimáveis alguns conselhos e embora parecendo elogiar um vício a procrastinação tornou a mesma uma qualidade como Midas tocando nela e transformando em ouro numa alquimia de bruxo várias coisas que me deixavam aborrecido por eu tentar ser muito organizado e nunca conseguir dar conta de tudo que anoto com minha curiosidade monstruosa aprendi que anotar não é para não esquecer é para procrastinar e não sentir muita culpa com outro autor (james wood) aprendi que usar fluxo de consciência pode ser muito produtivo mas induzindo um pouco de prolixidade misturada com prolificidade hoje conjugo o verbo procrastinar com vontade e prazer graças ao autor não vou mais me incomodar com o universo enorme de anotações que tenho espalhadas por todo lugar não considero mais uma extensão da minha mente ou considero sim mas me preocuparei com ela menos do que me preocupo com meus trilhões de neurônios que não sei bem o que estão fazendo o conceito de tarefas importantes sendo procrastinadas por outras que acabo fazendo em profusão é um bálsamo provavelmente aquelas não eram importantes e o moto era mais para atender ao mundo do que a mim mesmo agora sei que estou fazendo o que preciso e o que quero mesmo quando deixo algum plano grandioso mofando posso considerar que estão maturando. Talvez para sempre…
Neste post experimento um pouco com a escrita usando o fluxo de consciência com um só personagem eu fiquei intrigado como conseguia acompanhar a história do Memorial do Convento do Saramago e saber quando cada personagem falava citei a teoria de saramago resolveu escrever assim e eu pensava que ele era o inovador nessa questão mas descobri no livro do wood sobre ficção que não que ele estava apenas se aproveitando ou seguindo uma tradição ou estilo não muito novo na literatura resolvi tentar abandonei pontuação acentuação etc e pareço um cavalo alazão descambando pelo campo vertiginosamente dá medo até de tomar uma queda o cavalo não tem freio de boca e parece não ser bom de boca como vi se expressar montaigne nos ensaios sobre um cavalo
agora sei que sou um procrastinador estruturado que felicidade sempre fui e sofria agora sou alegre, não feliz, porque há muita coisa para fazer e muitas a procrastinar até criei listas no meu Trello com o título Procrastinated servem para eu percorrer as listas das tarefas mais antigas para as mais nova anotadas ou em sentido inverso e vou movendo os cartões para essa lista uma homenagem ao autor e que no inicio do dia puxo os cartões para a lista normal e sigo procrastinando o resto do dia com isso faço muita coisa que não so mover cartões para a lista de abandono mas nem tanto só ficar movendo cartões para essa lista já dá uma sensação de prazer indescritível e se cansar posso me afastar do computador por saber que está na hora de andar de bicicleta ou ir flanar por ai.
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