Sufoco na Praia Grande de Piratininga


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Resumo

Cheguei cedo em Piratininga. Ia cedo para não pegar o ônibus muito cheio. Não lembro em que ano foi isso mas a data estava entre 1973 e 1977.

Naquele dia resolvi pegar jacaré na Praia Grande de Piratininga. As ondas eram enormes e quebravam encima de uma camada espessa de água que evitava que você se ralasse na areia. Entrei no mar não muito longe das pedras que separam a Praia Grande da Praia Pequena, onde fica a Pedra da Baleia. Os surfistas gostam mais das ondas da Praia Pequena. Passei um sufoco lá também mas conto no final. Leia os detalhes mais adiante.

Sufoco na praia grande

Nos anos 70 eu frequentava Piratininga. As praias da baía já estavam muito sujas naquela época. Dos meus 17 aos 25 anos. Nem as praias de Adão e Eva, perto de Jurujuba, eram limpas.

Gostava de pegar jacaré na praia grande. As ondas quebravam numa espessa camada de água. Isso evitava que a onda o ralasse na areia. Mas era difícil sair pois a massa de água que voltava era alta e forte.

Gostava de chegar cedo para não pegar um ônibus muito cheio vindo desde Niterói. Certa vez cheguei cedo, como de costume, e fui para o canto direito da praia grande. Entrei e me encontrei, depois da rebentação, com um banhista agarrado numa pranchinha de isopor e que estava com medo de sair nas ondas que estavam bem grandes. Ofereceu a pranchinha para que eu me apoiasse nela para boiar. Eu recusei mas logo depois aceitei.

Resolvi sair e o incentivei a fazer o mesmo, mesmo numa onda grande, pois naquele canto a correnteza, de que eu já tinha ouvido falar, nos levaria em direção às pedras do lado direito e teríamos que nadar até a Pedra da Baleia para poder sair na praia pequena.

A tal correnteza já tinha arrastado, certa vez, um banhista desavisado que tentou sair subindo nas pedras e acho que se machucou muito nos marisco empurrado pelas ondas batendo nas pedras.

Resolvemos sair ao mesmo tempo. Quando eu estava lutando com a correnteza de retorno das ondas eu ouvi, ele já tinha chegado antes de mim, o banhista pedindo ajuda pois tinha machucado o ombro. Acho que ao segurar a prancha de isopor ela fez com que batesse com o ombro na areia. Eu fiquei sem poder ajudá-lo pois mal conseguia avançar contra a correnteza de retorno.

Quando, finalmente, consegui sair da água vi, aliviado, que o banhista também tinha conseguido. E, de repente, ouvi uma voz se dirigindo a mim e dizendo: "Era você na onda". Eram meu amigos que tinham chegado na praia mais tarde e não tinham percebido, à distância, que era eu que passava um sufoco nas ondas.

Quase afogamento na praia pequena

Mas o que parece uma contradição, pois as ondas na praia grande eram muito mais impressionantes do que na praia pequena, foi na praia pequena que cheguei perto de me afogar, ou pelo menos beber água. Os surfistas gostavam das ondas na praia pequena. Acho que as ondas na praia grande não eram boas para eles. Então resolvi pegar um jacaré na praia pequena pela primeira vez. Eu quase que invariavelmente só tomava banho na praia grande. Mas dessa vez resolvi experimentar o jacaré nas ondas da praia pequena. Sai numa "soca" mas fiquei à força embaixo d'água por um tempo que meus pulmões até doeram. Aprendi a lição que ondas boas para os surfistas não o eram para banhistas. Não sei se a lição está correta mas o fato é que não me aventurei mais na praia pequena.

Na época gostava também de mergulhar do alto da pedra no canal ao lado da Pedra da Baleia.


Veja o vídeo sobre como Piratininga era em 2022, data do vídeo:


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