A necessidade de mais partidos revolucionários e operários
Cada vez mais me convenço da necessidade de mais partidos revolucionários e operários ao mesmo tempo. E com uma imprensa forte para a propaganda e educação dos trabalhadores para a luta.
O martelar incessante de videos e publicações da ala esquerda pequeno-burguesa que tartamudeia suas confusões ideológicas de forma massiva precisa ter um contraponto cada vez mais forte de partidos que efetivamente pensam e agem com vistas a evolução da consciência dos trabalhadores em direção a um melhor entendimento da própria situação no mundo.
Os pequeno-burgueses, que tem acesso a uma educação melhor que é negada pelo poder público à população pobre, tem melhores condições, digamos técnicas, para veicular seus conteúdos na Web, por exemplo. Não que o seu conteúdo seja totalmente imprestável mas carrega em seu bojo conclusões pífias ou inócuas para a luta dos trabalhadores.
Batalov pontuou no trecho abaixo sobre a pequena-burguesia ser apenas uma força externa, incapaz para a ruptura necessária:
"Não há necessidade de argumentar com Marcuse sobre se uma força que não está realmente objetivando uma ruptura com o Sistema em questão, para avançar além dos limites desse Sistema, pode ser a portadora de uma nova essência. Uma resposta negativa a essa pergunta é evidente para o marxista, pois a transição para uma nova qualidade está ligada ao progresso para além dos limites da velha qualidade. Muito diferentes são as questões sobre se a classe trabalhadora é uma força interna no que diz respeito ao Sistema capitalista e se de fato as forças externas, não ligadas às internas, podem fornecer o veículo material da negação dialética.
De fato, o proletariado como classe explorada que cria mais-valia é necessariamente ligado ao Sistema capitalista e em relação a este Sistema constitui uma força interna. No entanto, ao mesmo tempo, o proletariado, como “uma classe para si mesmo” consciente da necessidade de mudança fundamental e de um novo status social para si mesmo, também constitui uma força externa em relação a essa sociedade, na medida em que a negação qualitativa de seu status como classe explorada só se torna possível além dos limites do Sistema capitalista. Portanto, o proletariado encarnando em seu desenvolvimento a contradição inerente ao Sistema capitalista constitui tanto uma força interna quanto uma força externa em relação a esse Sistema. No entanto, exatamente isso permite que essa classe se apresente como o veículo material da negação – um passo cuja implementação requer naturalmente a existência dos pré-requisitos históricos concretos necessários. Avançar no papel de uma força exterior, negando o Sistema existente, é algo que o proletariado é capaz de fazer precisamente porque é também uma força interior [grifos nossos], que está diretamente ligada – através do Sistema de relações de trabalho – ao capital e assim, através de sua própria atividade, determina a própria existência deste último. Uma força externa que não é ao mesmo tempo uma força interna não é capaz, mesmo que seja “crítica”, de submeter a estrutura social existente à negação radical, na medida em que sua auto-negação não traz nenhuma influência decisiva à existência do capitalismo, e sua “movimentação” para fora do “sistema” não cria uma ameaça fatal para o capital, porque não perturba o mecanismo de extração de mais-valia. Entretanto Marcuse, como um defensor da dialética negativa, ignora deliberadamente as contradições inerentes a esses fatores “internos” e “externos”, concentrando sua atenção em forças “não integradas”, “externas” que não estão diretamente ligadas com a existência do modo de produção capitalista."
-- A dialética do niilismo